quinta-feira, 23 de junho de 2011

'Nas asas' de um... muriçoca...


Acabo de sair do banho. Mas o assunto não girará em torno do shampoo que uso ou do tempo que demoro debaixo do chuveiro, mas sim sobre a fragilidade da vida em detrimento com o valor que damos a ela. Pois ao dar início aos preparativos deste ‘ritual’ diário, deparei-me com uma cena que geralmente passa despercebida ou simplesmente é ignorada por nossas retinas: um pernilongo gigante, daqueles que mais parecem aquelas aranhas “caseiras”, devido às suas pernas muito mais compridas do que as de um pernilongo comum. Preso em uma poça d’água, não esboçava nenhuma reação a não ser após eu, nas minhas doidices de banheiro, resolver assoprar a “hidrocela” em que ele se encontrava. Percebi que ainda restava-lhe um sopro vital, e resolvi brincar de senhor do destino daquele ser. Tirei-o cuidadosamente do chão (com a ajuda de um algodão) e coloquei-o em uma flanela seca, dentro de um copo, aguardando ali sua possível recuperação. Suas pernas confundiam-se com suas asas encharcadas, como se estivessem fraturadas em dezenas de pedaços. Esquecendo-me do banho e do friozinho que eu estava sentindo, comecei a presenciar sua luta pela sobrevivência, como se suplicasse a qualquer entidade acima de nós por socorro. Suas finas e frágeis pernas dianteiras procurando escalar a flanela em que se encontrava, aguardando que as outras reagissem e escapassem da deplorável impotência por estarem ainda molhadas e enroscadas nas asas (se é que ainda pudessem ser consideradas asas, naquele momento).
Resolvi tomar meu banho. Após devidamente banhado e vestido, eis que me surpreendo: nosso amigo ‘muriçoca’ já estava com todas as suas perninhas secas e devidamente postadas, como se nada tivesse acontecido. Suas asas ainda unidas ao corpo, mas visivelmente intactas. Registrei a cena com a câmera do celular e devolvi-o ao seu ‘habitat’, mesmo sabendo que eu possa ser uma futura vítima do mesmo, nas madrugadas, enquanto durmo (óbvio que se fosse um pernilongo da dengue, jamais faria tal coisa).
O fato é que, não somente minúsculos seres possuem uma vida tão frágil. Nós, os “intocáveis seres humanos”, também. Isso pode ser visto em um único dia nos telejornais, onde a intolerância cultural e racial ceifa vidas, o trânsito mata mais pessoas do que em uma guerra declarada, a má distribuição de renda no mundo faz com que pessoas “arrastem-se” em prol da própria sobrevivência, assim como nossa personagem principal de longas pernas. E levanto uma questão diante de toda a “baboseira” que eu disse até agora: será que não estaríamos necessitando de uma mudança profunda de comportamento? Será que pequenos gestos ou pequena atitudes em relação ao próximo não fariam a diferença?
Claro que não estou me referindo às muriçocas ou pequenos insetos que visitam nosso banheiro, mas sim ao próximo. Pequenos detalhes que poderiam salvar uma vida ou evitar uma tragédia. Refiro-me a uma palavra muito conhecida, mas pouco utilizada: RESPONSABILIDADE. Lembra daquela ocasião em que deixou seu pitbull escapar e dilacerar o poodle da vizinha ou rasgar a perna de algum azarado que por lá transitava? Ou na ocasião em que preferiu não ligar para a polícia enquanto ouvia nas proximidades de sua casa, gritos de socorro vindos de uma esposa mal amada pelo seu marido? Talvez se ao menos conseguisse deixar limpo seu quintal, não haveria tantas pessoas próximas a você com a péssima experiência de ter adquirido a tal da dengue. Quem é que não consegue se lembrar de um único acidente que seja em que um irresponsável atrás do volante cessa com a vida de uma pessoa que, se pudesse, mal saberia explicar como foi que morreu?
Dias atrás estava eu com minha bicicleta, em minha rotina de trabalho, quando surge na esquina um ‘aloprado’ empinando uma moto toda barulhenta (parecia um barulho de motosserra), vindo na minha direção. Minha adrenalina subiu no exato momento em que me dei conta que, se o filhodeumaputa viesse a cair, com certeza atiraria involuntariamente a moto pra cima de mim, deixando-me em maus lençóis. Entendem aonde quero chegar? Pois é, tudo isso graças a tal da muriçoca em perigo. Se ela soubesse...

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Que venha o dia 03 de Julho...

Domingo, dia 03 de Julho de 2011: Uma data esperada... E com certeza a expectativa é de que seja um domingo bem diferente em relação a ontem, em que a 'amigdalite' me atacava impiedosamente e as lembranças de um passado recente me cercavam como se eu fosse uma ovelha negra de seu rebanho. Será o dia em que me reencontrarei com a única banda em que faço questão de ter todos os discos originais. Uma banda que me inspira para escrever meus intrinsecos textos, me inspira quando estou criando alguma batida nova, que me acompanha até mesmo em meu trabalho, nos fones de ouvido, caso contrário não consigo me concentrar devido à escolha da maioria de meus colegas de trabalho em deixar o som ambiente sintonizado sempre na mesma rádio.
Pouco me importa que poucos a conheçam, pouco me importa a cara de "ué" que me fazem quando digo que vou no show deles... pouco me importa... me importa mesmo é sentir as vibrações em um ambiente em que todos falaremos a mesma linguagem, teremos os mesmos gostos, compartilharemos da mesma euforia. Do mesmo jeito que foi há 5 anos atrás, mais precisamente no dia 03 de março de 2006. Então, só me resta agora conter a ansiedade e esperar que venha o dia 03 de julho e, quando chegar, que não se vá tão depressa...

domingo, 12 de junho de 2011

sábado, 11 de junho de 2011

Brasília jamais será esquecida...

Cinco dias... suficientes para a capital do nosso país cativar-me a ponto de desejar outra visita assim que possível... Um convite especial de meu primo, que está lá há nove meses a trabalho, e que não hesitei em aceitar, pois estava de férias. Poxa! Minhas férias foram em abril, e a correria diária (além da tal da dengue que resolveu "dar as caras" no meu organismo) fizeram com que eu somente viesse a registrar a ocasião agora, depois de quase dois meses. Mas já que o sentimento em relação às experiências vividas naquela semana ainda estão presentes e fortes, não encontrarei dificuldades. Obviamente não entrarei em detalhes a respeito de eu ter estado tão perto daquele antro de corrupção que todos nós conhecemos muito bem. Posso garantir que em certos momentos flagrei-me sendo tomado por pensamentos "Bin Ladeanos" (não que eu fosse capaz), mas sou muito lúcido em relação a um país que exalta com tanto fervor "sedativos" como o futebol, novelas, BBB's... às vezes vejo que 'merecemos' toda a merda contida no Congresso Nacional.
Pude ver de perto o quanto tudo lá é majestoso: a arquitetura, a cultura, a noite, as pessoas... aos poucos fui me familiarizando com o novo ambiente até chegar ao ponto arquitetar comigo possíveis maneiras de me mudar para lá: prestar concurso, pedir transferência em minha empresa, sei lá... realmente tive um "surto passional" pela cidade.
Arquitetura: Sempre quis conferir de perto algumas obras frutos da mente fenomenal de Oscar Niemeyer, tão originais quanto ele. A catedral e o Museu nacional foram as que mais me "hipnotizaram" e me fizeram acreditar em Dom divino, ao menos naquela ocasião. Adorei também passar sobre a ponte JK e registrar o momento.






Cultura: O acesso à cultura é grande para quem está antenado, e ilimitado para quem tem condições financeiras. Tive o prazer de visitar uma exposição no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) que contava a história da civilização Islâmica através de artefatos dos mais diversos, alguns com séculos de existência. Fiquei pasmo!
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As pessoas: Creio que um dos mais incalculáveis prazeres que obtive foi conhecer algumas pessoas tão legais, e que nunca mais vou esquecer. Algumas inclusive que já fazem parte de minha vida de um modo ou de outro. Outras, que não sairão da memória pelo modo como me receberam e me acolheram.
Quanto a você, meu primo: agradeço pelo convite e hospitalidade. Com certeza esses cinco dias serviram demais para reforcarmos ainda mais o nosso elo. Fêz-me lembrar dos velhos tempos na casa da Vó Zulmira e Vô Victório, onde fantasiávamos cenas de filmes de guerra e adorávamos os "Sexta-Feira 13's" que seu pai nos levava para assistir. Que esses dias sejam os primeiros de muitos... já pretendo visitá-los nas próximas férias.