segunda-feira, 25 de julho de 2011

Vida...morte...morte...vida...

Às vezes me flagro pensando a respeito, e devo confessar que não me traz boas sensações imaginar-me não mais fazendo parte da “embarcação” chamada vida. Escrevo isso porque ontem, como em outras vezes, acordei de um breve e desproposital cochilo pós-almoço dominical sentindo-me como se o medo sobre este meu inevitável destino estivesse a sufocar-me literalmente. Senti-me impotente diante de minha própria existência e cheguei inclusive a debruçar-me, como outrora, em questões básicas, mas tão avassaladoras: de onde vim? Para onde vou? Qual o meu verdadeiro papel aqui, nesta vida, neste planeta? Será que já vivi e já morri várias vezes, na busca por minha evolução espiritual, como assim acreditam os espíritas? Será que minha passagem será somente esta, e depois da morte estarei à espera do Juízo Final e enfim serei julgado pelos meus atos, como pregam outras religiões? Será que céu e inferno existem? Ou somos mesmo uma grande obra do acaso ao qual intitulam os descrentes de big-bang? Será que os agnósticos estão certos quando dizem ser impossível ter o conhecimento objetivo sobre a existência ou não de uma entidade divina?  Quando era adolescente, confesso que tais questões me divertiam, e me faziam sentir estar evoluindo intelectualmente, mas hoje em dia, quando me flagro com tais pensamentos, termino submerso na frustração de saber que, por mais que acredite em alguma coisa, só verei a verdade absoluta após a morte, isso se realmente nos for possível ver.
E quanto a Nietzsche e sua idéia sobre a religião? Algo como “nada mais do que uma criação humana, uma invenção, de modo a tornarmo-nos capazes de nos vingarmos de um mundo que somos incapazes de suportarmos e ao qual atribuímos a causa dos nossos sofrimentos. Impotentes, construímos um mundo artificial à imagem dos nossos desejos de segurança e estabilidade, de paz e de continuidade e é de tal modo profundo o nosso desejo de que exista esse mundo”. Em outras palavras, o ‘pós-morte’ não existe, e sim um eterno véu escuro da inexistência. Tal idéia não nos causa um sentimento de impotência? Não faz com que tudo o que vivemos até aqui e ainda viveremos perca totalmente o sentido? Tentemos nos lembrar de nós, antes da nossa própria consciência acerca de nossa própria existência: algo além do nada nos vem à cabeça? Com certeza não... Melhor eu me ocupar aqui com algum “sedativo”...

domingo, 24 de julho de 2011

Família?




“Família não é sangue, família é sintonia”. Cresci ouvindo bandas que de certa forma semeavam tal idéia (Planet Hemp, O Rappa, entre outras), e me perguntava até que ponto era verdade ou não, se seria possível generalizar ou aceitar que tudo pudesse ser relativo.
Fui a um casamento ontem, mas não um casamento qualquer. Foi o casamento do primo que mais estimo devido às afinidades e confidências outrora compartilhadas. E quis as circunstâncias naturais da vida que o mesmo fosse um primo adotado e de origem afro-descendente, ou seja, sintonia pura sem a necessidade de compartilharmos do mesmo sangue correndo nas veias muito menos nossas origens. Enquanto a celebração se desenrolava, momentos bons de nossa infância juntos passavam como cenas de um grande documentário em minha cabeça: as brincadeiras, as risadas, os pasteis com guaraná na casa dos avôs... Nossa adolescência: as bandas em comum, os sonhos, as metas de vida... Nosso hoje: Um pequeno grande homem dando mais um passo nesta caminhada ao qual chamamos de vida, aos olhares de um primo que o admira e deseja-lhe sucesso além de mais momentos felizes do que momentos tristes.
Seria ele um exemplo vivo de que “família não é sangue, família é sintonia”?
Reencontrei outros primos, primas, tios, tias... De sangue. Alguns com mais afinidades, mas que a distância talvez tenha sido o maior obstáculo, outros com menos afinidades, mesmo morando mais próximo a mim. Não fiz distinção de um ou outro, estava muito contente por novamente vê-los juntos como nos velhos tempos em que vovô e vovó eram vivos e nossos principais elos. Muito à vontade, me diverti com todos, dei muitas risadas e fiz questão de registrar o momento. Bebemos, dançamos e chegamos a prometer mantermos um contato mais efetivo. Vou procurar cumprir o prometido.
Com cada um (dos primos), fui conseguindo obter alguns minutos de conversa em particular, e todos nós fomos unânimes em concordar, cada qual com seu relato, que a nostalgia era o principal sentimento naquele momento que passou a se tornar tão raro de três anos para cá. Foi um momento de total sintonia entre os integrantes de uma mesma família. Um momento em que todos compartilhavam a felicidade de um dos nossos... Será que o sangue a correr nas veias de cada um foi relevado? Certamente não foi... Tenho muitos amigos e amigas que também guardam por mim uma consideração quase fraternal e vice-versa. Amigos de boteco, de excursões a shows dos mais diversos, de sonoridades, etc. SINTONIA PURA, sem compartilharmos do mesmo sangue.
Então o que é família? Sangue? Sintonia? Sangue e sintonia?
Eu digo, com base no que foi dito e vivenciado por mim, que: FAMÍLIA É SINTONIA PURA, NORTEADA PELO NOSSO ESTADO DE ESPIRITO E MÚTUA CONSIDERAÇÃO, E QUE O SANGUE A CORRER PELAS VEIAS NADA MAIS É DO QUE UM MERO DETALHE QUE PODE AJUDAR ÀS VEZES... SÓ ÀS VEZES.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Inusitada parceria...


Desde quarta-feira, vem acontecendo algo muito curioso e engraçado: Minha rotina vem sendo quebrada por um animal que, na verdade, deveria ser meu "inimigo" ao invés de ser meu companheiro. Um cachorro, que além de muito bonito é visivelmente bem cuidado, vem me acompanhando na rua enquanto efetuo a entrega das correspondências. Quando passo pela rua em que ele geralmente está, ele começa a me seguir e termino o itinerário na cia. do adorável cãozinho. O único porém é que ele vive brigando com os cães que latem para mim de dentro de suas casas, como se estivesse a me defender.Também tenho medo de algum PitBull escapar e dar cabo no meu até então fiel parceiro. Dependendo do trecho tenho de despistá-lo, para a própria segurança dele... E como é bobão o amarelão (nome que acabei dando a ele, por me fazer lembrar de um cachorro que apareceu em um episódio do pica-pau), acho que fui o cachorro dele n'outra vida, hehehehe...

Geralmente, quando a noite termina...


... é o que me resta...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

03/07/2011: O que dizer?

O que dizer de um domingo como o de ontem?
O que dizer de uma noite como a de ontem?
O que dizer de um show como o de ontem?
E sobre banda em questão, o que dizer?

O que dizer de um momento ímpar que, de certa forma acabou trazendo o sentimento de já ter vivenciado algo parecido há exatos cinco anos atrás?
2006: 1 - QUASE MORRI num acidente envolvendo eu, minha moto, meu amigo Carlos BR e um caminhão 2 - senti o AMARGO GOSTO de terminar um longo relacionamento, mas fui recompensado com a primeira vinda da banda The Gathering ao Brasil.
2011: 1 - novamente senti o AMARGO GOSTO de terminar um longo relacionamento, 2 - QUASE MORRI vítima da dengue, e adivinha? The Gathering no Brasil ... NOVAMENTE! Sem querer soar cabalístico ou supersticioso, somente me chamou à atenção tais coincidências envolvidas.
Acordei cedo para (novamente) recepcionar meu pai que veio para almoçar e ouvir um pouco de música sertaneja raiz comigo. Almoçamos, demos um pouco de risada juntos e fomos até a rodoviária, onde ele me deixou para embarcar na van a caminho de São Paulo. Poucas pessoas na van: somente eu, Carlinhos, Alex e sua querida Juli (graças a desistência de algumas pessoas aos ‘45’ do segundo tempo ¬¬ ), portanto o valor ficaria um tanto‘salgado’ para ambos. A rodoviária estava um tanto colorida ontem, devido à parada gay que iria acontecer na cidade de São Carlos, e uma idéia um tanto ‘bizarra’ nos ocorreu: que tal se nós oferecêssemos transporte para esse pessoal até lá, já que era caminho? Cobraríamos o mesmo preço com o diferencial da saída imediata, e faturaríamos uma graninha para aliviar nosso bolso. Conseguimos lotar a van, e devo dizer que foi um tanto tenso o curto trajeto... Com certeza Karl Marx deve ter se revirado em seu túmulo ao perceber até onde o capitalismo poderia nos levar, hehehehe...
Chegando à rodoviária de São Carlos, e após a descida de todos os “Rick Martin’s” e todas as “Ana Carolina’s”, resolvemos tentar ‘recrutar’ algumas pessoas que talvez pudessem topar irem conosco para São Paulo, e assim aliviarmos de vez nosso bolso... E não é que conseguimos tal façanha? Cinco adoráveis garotas que estavam na fila para comprar a passagem aceitaram embarcar em nossa ‘destemida’ van a caminho da estação de metrô Armênia, próxima ao local do show.
Fazia frio em São Paulo, e o bairro onde estávamos não era dos melhores para servirem de cartão postal: ruas sujas, trânsito caótico, poucas opções para quem chega à cidade após quatro horas de viagem e quer comer algo. Andamos pelas proximidades e notamos uma quantidade enorme de imigrantes: chineses, tailandeses, chilenos, bolivianos... Enfim, custamos a ouvir alguma viv’alma que desferisse algumas palavras em português além de nós mesmos. Voltamos ao local do show (Hangar 110) e aguardamos o momento ápice.
Confesso que o local me deixou desconfiado quanto à qualidade de sua acústica e também do som, mas quando a banda entrou no palco e começou a tocar, cheguei à conclusão de que seria mais um show para eu ‘arquivar’ na memória juntamente com os outros que foram perfeitos. Pulei, gritei, chacoalhei o pescoço como nos velhos tempos, fui mais um em meio ao coro desafinado de fãs que se arriscavam a acompanhar todas as músicas, independente de alguns (como eu) possuírem um péssimo inglês.
Impecáveis como da outra vez que vieram, mas com uma diferença praticamente imperceptível: Silje Wergeland (que entrou no lugar da primeira vocalista Anneke van Giersbergen desde 2008) calou os “xaropes” que ainda sonham com o retorno da formação original da banda. Ela simplesmente atuou com majestade, como se nunca houvesse existido outra vocalista (que me desculpe os fãs de Anneke, mas é a pura realidade).
E com a humildade e simplicidade de uma banda de garagem ainda no começo, após o espetáculo, fizeram questão de eles mesmos desmontarem seus equipamentos no palco com a ajuda de apenas um Roadie, e depois se infiltraram em meio aos que pacientemente esperavam para obterem alguns autógrafos, fotos, troca de idéias... só não me arrisquei devido à falta do inglês fluente, mas meus amigos Carlinhos e Alex fizeram questão de registrarem o momento tirando uma foto com a graciosa e simpática contra-baixista Marjolein. Eu até planejara receber um autógrafo no encarte do algum “The West Pole”, mas acabei deixando dentro da van... Terá de ficar para uma próxima ocasião... E desde já torço para que não demore novamente longos cinco anos...

Setlist:
1.Herbal Movement

2.Saturnine
3. Shot to Pieces

4. Rusty Hands

5. Leaves

6. A Constant Run

7. Great Ocean Road

8. Broken Glass

9. Heroes for Ghosts

10. In Motion #1

11. Eléanor

12. No One Spoke

13. All You Are

14. On Most Surfaces (Inuït)

15. Travel