quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Eutanásia...



Quero que me desliguem. Ficar assim, sem ação, não é nada bom. Às vezes, faço uma tentativa aqui, outra acolá, espero uma reação: Nada.
Quero me desligar. Mas minha única parte ainda intacta, ou seja, a minh’alma insiste em permanecer ativa e esperançosa, como se algo pudesse ser feito, como se o problema pudesse ser resolvido, como se tudo pudesse voltar ao que era antes: Reversão.
Antes? Sensações das mais diversas: audição, paladar, olfato, ambos aguçados... O TATO. Ah! O tato. Uma mistura única e exclusivamente existente para satisfazer a esta instituição denominada Eu.
Hoje? Resta-me a dor de nem ao menos ser capaz de sentir dor, e o sentimento de vazio, mesmo que este vazio seja a impossibilidade de esvair-me de vez desta instituição denominada Eu.
Amanhã? Será igual à ontem, à hoje, a não ser que... Alguém venha e me desligue. Uma viv’alma que seja capaz de se colocar em meu lugar: Empatia. Alguém que seja capaz de me amar a ponto de abdicar-se de minha presença, já que nada mais pode ser feito: Compaixão. Ou alguém que simplesmente tenha: Pena. Mas seria a pena o fator preponderante para que eu ainda não esteja desligado? Seria a pena a responsável? Seria ela capaz de, por pena, levar em consideração os momentos bons vividos, as alegrias vividas, os prazeres compartilhados, tudo o que foi significativo e relevante, e com isso não possuir a coragem de me desligar? Mas quero que me desliguem... Ou não? Quero mesmo que me desliguem?
Seria eu o responsável por ainda não estar desligado? Será que eu, em meu âmago, esteja com medo do que possa vir (ou não vir)? Pois e se de repente as lembranças boas dos momentos bons vividos estejam, por si só, impedindo que eu me vá totalmente, uma vez que é melhor que haja uma lembrança a nos satisfazer momentaneamente do que o nada, que é a 'outra face da moeda'? Será que ainda tenho esperanças de viver o que vivi, acertar onde errei, melhorar o que já era bom? Não sei... Só posso concluir se é que eu seja capaz de conclusões, é que parte de mim – a que 'dói' – quer que me desliguem. A outra parte – a que ama – ainda quer viver...

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