segunda-feira, 4 de julho de 2011

03/07/2011: O que dizer?

O que dizer de um domingo como o de ontem?
O que dizer de uma noite como a de ontem?
O que dizer de um show como o de ontem?
E sobre banda em questão, o que dizer?

O que dizer de um momento ímpar que, de certa forma acabou trazendo o sentimento de já ter vivenciado algo parecido há exatos cinco anos atrás?
2006: 1 - QUASE MORRI num acidente envolvendo eu, minha moto, meu amigo Carlos BR e um caminhão 2 - senti o AMARGO GOSTO de terminar um longo relacionamento, mas fui recompensado com a primeira vinda da banda The Gathering ao Brasil.
2011: 1 - novamente senti o AMARGO GOSTO de terminar um longo relacionamento, 2 - QUASE MORRI vítima da dengue, e adivinha? The Gathering no Brasil ... NOVAMENTE! Sem querer soar cabalístico ou supersticioso, somente me chamou à atenção tais coincidências envolvidas.
Acordei cedo para (novamente) recepcionar meu pai que veio para almoçar e ouvir um pouco de música sertaneja raiz comigo. Almoçamos, demos um pouco de risada juntos e fomos até a rodoviária, onde ele me deixou para embarcar na van a caminho de São Paulo. Poucas pessoas na van: somente eu, Carlinhos, Alex e sua querida Juli (graças a desistência de algumas pessoas aos ‘45’ do segundo tempo ¬¬ ), portanto o valor ficaria um tanto‘salgado’ para ambos. A rodoviária estava um tanto colorida ontem, devido à parada gay que iria acontecer na cidade de São Carlos, e uma idéia um tanto ‘bizarra’ nos ocorreu: que tal se nós oferecêssemos transporte para esse pessoal até lá, já que era caminho? Cobraríamos o mesmo preço com o diferencial da saída imediata, e faturaríamos uma graninha para aliviar nosso bolso. Conseguimos lotar a van, e devo dizer que foi um tanto tenso o curto trajeto... Com certeza Karl Marx deve ter se revirado em seu túmulo ao perceber até onde o capitalismo poderia nos levar, hehehehe...
Chegando à rodoviária de São Carlos, e após a descida de todos os “Rick Martin’s” e todas as “Ana Carolina’s”, resolvemos tentar ‘recrutar’ algumas pessoas que talvez pudessem topar irem conosco para São Paulo, e assim aliviarmos de vez nosso bolso... E não é que conseguimos tal façanha? Cinco adoráveis garotas que estavam na fila para comprar a passagem aceitaram embarcar em nossa ‘destemida’ van a caminho da estação de metrô Armênia, próxima ao local do show.
Fazia frio em São Paulo, e o bairro onde estávamos não era dos melhores para servirem de cartão postal: ruas sujas, trânsito caótico, poucas opções para quem chega à cidade após quatro horas de viagem e quer comer algo. Andamos pelas proximidades e notamos uma quantidade enorme de imigrantes: chineses, tailandeses, chilenos, bolivianos... Enfim, custamos a ouvir alguma viv’alma que desferisse algumas palavras em português além de nós mesmos. Voltamos ao local do show (Hangar 110) e aguardamos o momento ápice.
Confesso que o local me deixou desconfiado quanto à qualidade de sua acústica e também do som, mas quando a banda entrou no palco e começou a tocar, cheguei à conclusão de que seria mais um show para eu ‘arquivar’ na memória juntamente com os outros que foram perfeitos. Pulei, gritei, chacoalhei o pescoço como nos velhos tempos, fui mais um em meio ao coro desafinado de fãs que se arriscavam a acompanhar todas as músicas, independente de alguns (como eu) possuírem um péssimo inglês.
Impecáveis como da outra vez que vieram, mas com uma diferença praticamente imperceptível: Silje Wergeland (que entrou no lugar da primeira vocalista Anneke van Giersbergen desde 2008) calou os “xaropes” que ainda sonham com o retorno da formação original da banda. Ela simplesmente atuou com majestade, como se nunca houvesse existido outra vocalista (que me desculpe os fãs de Anneke, mas é a pura realidade).
E com a humildade e simplicidade de uma banda de garagem ainda no começo, após o espetáculo, fizeram questão de eles mesmos desmontarem seus equipamentos no palco com a ajuda de apenas um Roadie, e depois se infiltraram em meio aos que pacientemente esperavam para obterem alguns autógrafos, fotos, troca de idéias... só não me arrisquei devido à falta do inglês fluente, mas meus amigos Carlinhos e Alex fizeram questão de registrarem o momento tirando uma foto com a graciosa e simpática contra-baixista Marjolein. Eu até planejara receber um autógrafo no encarte do algum “The West Pole”, mas acabei deixando dentro da van... Terá de ficar para uma próxima ocasião... E desde já torço para que não demore novamente longos cinco anos...

Setlist:
1.Herbal Movement

2.Saturnine
3. Shot to Pieces

4. Rusty Hands

5. Leaves

6. A Constant Run

7. Great Ocean Road

8. Broken Glass

9. Heroes for Ghosts

10. In Motion #1

11. Eléanor

12. No One Spoke

13. All You Are

14. On Most Surfaces (Inuït)

15. Travel

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