domingo, 24 de julho de 2011

Família?




“Família não é sangue, família é sintonia”. Cresci ouvindo bandas que de certa forma semeavam tal idéia (Planet Hemp, O Rappa, entre outras), e me perguntava até que ponto era verdade ou não, se seria possível generalizar ou aceitar que tudo pudesse ser relativo.
Fui a um casamento ontem, mas não um casamento qualquer. Foi o casamento do primo que mais estimo devido às afinidades e confidências outrora compartilhadas. E quis as circunstâncias naturais da vida que o mesmo fosse um primo adotado e de origem afro-descendente, ou seja, sintonia pura sem a necessidade de compartilharmos do mesmo sangue correndo nas veias muito menos nossas origens. Enquanto a celebração se desenrolava, momentos bons de nossa infância juntos passavam como cenas de um grande documentário em minha cabeça: as brincadeiras, as risadas, os pasteis com guaraná na casa dos avôs... Nossa adolescência: as bandas em comum, os sonhos, as metas de vida... Nosso hoje: Um pequeno grande homem dando mais um passo nesta caminhada ao qual chamamos de vida, aos olhares de um primo que o admira e deseja-lhe sucesso além de mais momentos felizes do que momentos tristes.
Seria ele um exemplo vivo de que “família não é sangue, família é sintonia”?
Reencontrei outros primos, primas, tios, tias... De sangue. Alguns com mais afinidades, mas que a distância talvez tenha sido o maior obstáculo, outros com menos afinidades, mesmo morando mais próximo a mim. Não fiz distinção de um ou outro, estava muito contente por novamente vê-los juntos como nos velhos tempos em que vovô e vovó eram vivos e nossos principais elos. Muito à vontade, me diverti com todos, dei muitas risadas e fiz questão de registrar o momento. Bebemos, dançamos e chegamos a prometer mantermos um contato mais efetivo. Vou procurar cumprir o prometido.
Com cada um (dos primos), fui conseguindo obter alguns minutos de conversa em particular, e todos nós fomos unânimes em concordar, cada qual com seu relato, que a nostalgia era o principal sentimento naquele momento que passou a se tornar tão raro de três anos para cá. Foi um momento de total sintonia entre os integrantes de uma mesma família. Um momento em que todos compartilhavam a felicidade de um dos nossos... Será que o sangue a correr nas veias de cada um foi relevado? Certamente não foi... Tenho muitos amigos e amigas que também guardam por mim uma consideração quase fraternal e vice-versa. Amigos de boteco, de excursões a shows dos mais diversos, de sonoridades, etc. SINTONIA PURA, sem compartilharmos do mesmo sangue.
Então o que é família? Sangue? Sintonia? Sangue e sintonia?
Eu digo, com base no que foi dito e vivenciado por mim, que: FAMÍLIA É SINTONIA PURA, NORTEADA PELO NOSSO ESTADO DE ESPIRITO E MÚTUA CONSIDERAÇÃO, E QUE O SANGUE A CORRER PELAS VEIAS NADA MAIS É DO QUE UM MERO DETALHE QUE PODE AJUDAR ÀS VEZES... SÓ ÀS VEZES.

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