quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Até que a morte nos separe...Ou quem sabe por toda a Eternidade?


Adoro música. Tenho um carinho especial por músicas antigas, fazem-me lembrar de épocas de nossas vidas que ficaram 'arquivadas' somente na memória, lembranças tais que só emergem quando ouvimos determinadas músicas, estas que serviram como trilha sonora para tal acontecimento. Por este motivo gosto de, antes de dormir, ligar o rádio e sintonizar 97,3 (Cultura FM). Há uma programação voltada a músicas que marcaram época. Está tocando agora Roxette, e acabo de me lembrar de uma ocasião em que eu e alguns amigos e amigas fomos numa Pizzaria do centro da cidade que, diga-se de passagem, está aberta até hoje. Enquanto comíamos e nos divertíamos rolava um DVD (ou VHS, não me lembro) com todos os sucessos da banda. Nossa! Mal sabia que tal fato ainda estava guardado a sete chaves em meu cérebro, confesso que meus olhos ficaram umedecidos repentinamente, e não sei explicar o porquê, talvez seja pelo fato de que tudo isso não voltará mais. Meus 'amigos' daquela ocasião já nem são mais meus amigos hoje em dia, cada um seguiu um caminho diferente, até a garota ao meu lado era outra também. Eu era muito novo, tinha apenas 16 ou 17 anos, adorava aquela época, não que não goste de tudo hoje em dia, mas são coisas que não tenho mais, já se foram. Será que as coisas boas só têm força para serem boas no exato momento que nos ocorrem? Por que são tão mutantes, ou seja, logo se transformam em lembranças e depois em nostalgia? Poderiam ao menos deixar-nos sempre com a sensação boa que nos deixaram, mas não, teimam em nos 'alfinetar' com a nostalgia. Pô! Escolhi a noite certa para escrever tudo isso, pois agora está tocando uma música que marcou muito minha adolescência: Bon Jovi - Always. Caramba! lembro-me como se fosse ontem das festinhas que rolavam nos bairros, as chamadas "Brincas" (do original "brincadeira"). Sempre começavam com músicas agitadas, todo mundo fazendo passinhos e coreografias nas músicas eletrônicas e Black Music da época, e depois chegava o momento mais esperado: As músicas românticas, pois era o momento em que se definiam os ficantes daquela noite. Como se tudo tivesse sido ensaiado antes, formavam-se os casais e, antes que os amassos rolassem, dançávamos muitas músicas lentas. Não posso me esquecer também dos apelidos que se originavam do momento solene: 'Pegão', para aquele que dançava bem e que todas as meninas queriam dançar (claro que ser bonito também contava) e 'Robocop', para aqueles que não possuiam ritmo nenhum, durões durões, hehe. E quem é que nunca dançou ao som de MACARENA, fêz passinho e tudo? Marcaram uma época, mesmo eu não podendo nem ouvir mais algumas dessas músicas hoje em dia.
Voltando um pouco mais no tempo, lembro-me de uma música que marcou demais meu finalzinho de infância (vou inclusive colocá-la agora para ouvir): Bryan Adams - (Everything i do) I do it for you. Lembro-me de quando passava as férias de final de ano na casa de vovô e vovó, em Ibaté, cidade de uns 30.000 habitantes, e toda a noite passeávamos na praça do centro. Era um 'fervo' geral, muitas pessoas de todas as idades, e bem no centro da praça havia uma emissora de rádio que só tocava para os autofalantes da própria praça. Era uma rádio personalizada, e começava todos os dias às 19:00 hrs, finalizando às 22:00 hrs, e adivinha qual música era o carro-chefe todas as noites? Exatamente! Bryan Adams com sua música que ficou famosa por ser trilha sonora do filme Robin-Hood, estrelado por Kevin Costner.
Por isso adoro música (entre outros motivos que não serão citados hoje), pois me permite estar mais perto de coisas, fatos ou pessoas que ficaram no passado. É como se nossa lembrança fosse além de suas capacidades naturais, pois parece às vezes até que podemos sentir o cheiro ou o tato da ocasião que já está tão distante, presa nos calabouços inalcançáveis do passado.
Por isso amo música, a tenho sempre como minha companheira inseparável. Quando estou triste, sei qual música ouvir. Quando estou feliz, apaixonado, revoltado, irado, nostálgico... Sempre há uma trilha sonora... Sempre haverá uma música... É ela quem me move...

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