domingo, 20 de dezembro de 2009

Simultaneidade...


Se pararmos para pensar, talvez enlouquecemos. Se já somos loucos, talvez nos maravilhemos. Mas realmente não é espantosa a simultaneidade contida numa ínfima fração de segundos? Estou a 'escrever' neste exato momento , e quantas outras coisas estão a acontecer exatamente agora enquanto me divirto com a mais incrível invenção humana? Alguém pode estar chorando, gargalhando, vencendo ou perdendo algo, desiludindo-se, surpreendendo-se, sonhando, ou simplesmente escrevendo seus devaneios num blog, por que não?

Assim se desenrola a história de toda a existência: Uma teia constituida de pequenas outras histórias. Cada manifestação de vida contém sua história pessoal, desenvolvendo-se simultaneamente com a história pessoal de outra manifestação viva sem conterem nenhuma ligação. Às vezes acabam se cruzando nas voltas que o mundo dá, permitindo-se fazerem parte de uma mesma história, ou simplesmente se cruzam rápida e imperceptívelmente... Já andou na multidão sentindo-se o mais solitário de todos os seres? Então, eis um exemplo de várias histórias cruzando-se rápida e imperceptívelmente. Olhares se cruzam, corpos se esbarram, mas não se influenciam, não se envolvem. Parece meio louco né... Não que eu vá sair de casa à partir de hoje e querer me envolver com a história de cada ser vivo que cruze meu caminho, mas muitas vezes me flagro divagando sobre coisas do tipo, e nos meus "passeios virtuais" de costume, acabei descobrindo em um blog que uma pessoa de 35 anos veio a falecer tragicamente no dia 26 de novembro último, data importante para mim, dia em que completei 29 anos.

Fiquei brevemente atordoado com a idéia de simultaneidade, com o fato de que, enquanto uns nascem outros morrem, enquanto uns riem outros choram, enquanto uns contorcem-se de prazer outros contorcem-se de dor, e por aí vai. Termino o texto com Mário Quintana, suas palavras sobre simultaneidade me deixaram um tanto tranquilizado, pois não fui o único a dedicar certo tempo com tal assunto:

SIMULTANEIDADE
"-Eu Amo o Mundo! Eu Detesto o Mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! eu quero viver! vcoê é louco? Não, sou poeta." (Mário Quintana)

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